US$ 1,000,000,000.00 (um trilhão de dólares). Esse é o tamanho da sua fatura. Ou melhor, da sua (ir)responsabilidade.
Se você ainda não entendeu, esse é o custo global da corrupção. E, não, você não leu errado: são um trilhão de dólares... Ou, se preferir, R$ 3.800.000.000,00 (três trilhões e oitocentos bilhões de reais) em moeda nacional, considerando a média do valor da moeda estadunidense no último mês.
Esses foram os valores apresentados pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma mensagem no último dia 9 de dezembro – Dia Internacional Contra a Corrupção.
No Dia Internacional contra a Corrupção, Nações Unidas destacam que todos anos US$ 1 trilhão são pagos em propinas e outros US$ 2,6 trilhões são roubados por meio deste tipo de crime; valor equivale a mais de 5% do PIB global.
Embora o número apresentado pelo Secretário-Geral das N.U. se refira a um valor global, genérico e dissociado de contextos específicos de cada nação, ele reflete bem as consequências de uma prática vil que prejudica toda e qualquer sociedade que vive no globo: a corrupção.
No caso do Brasil, um país com sabida e profunda desigualdade sócio-econômica, isso significa, invariavelmente, menos investimento em diversas áreas. As mais prejudicadas são:
educação (construção de creches, escolas e instituições de ensino superior, bem como capacitação de professores);saúde (postos de saúde, hospitais e centros de atendimento especializados);infraestrutura (saneamento básico, planejamento e desenvolvimento urbano, desenvolvimento industrial e transportes); ecultura (a formação de um péssimo hábito).
Enquanto a corrupção existir, esse é e continuará sendo o rombo que você que corrompe ou se deixa corromper deixará para a sociedade. E se você acha mesmo que não, pense que os países mais desenvolvidos do mundo são exatamente os que possuem menor índice de corrupção. E, independentemente do seu processo de racionalização para justificar a corrupção, é bem provável que você deseje um país melhor, com melhor alocação dos recursos públicos e um estado de bem-estar elevado para você, sua família e sua comunidade.
Então talvez seja hora de mudar os hábitos. Só por garantia. Além de contribuir para a construção de um país mais desenvolvido – com escolas melhores, boas estradas, boa saúde e educação – você ainda se livrará de uma possível consequência nefasta: a de ver o sol quadrado (isso se não for vítima da insegurança pública gerada pela sua própria corrupção).
Aliás, a adoção de bons hábitos provavelmente é a melhor solução para resolver esse problema (tão antigo) que (ainda) nos devasta e assola. Até porque a solução não está na edição de leis preventivas ou punitivas e países que possuem sistema jurídico lastreado no common law estão aí para provar isso: o costume (e boa educação), em muitas das vezes, é mais eficiente que um conjunto de letras (ainda que com boa vontade) publicado na imprensa oficial. Até porque, como diz aquele outro velho hábito, aqui no Brasil "lei não foi feita para pegar"...
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